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quinta-feira, 10 de março de 2011

As Estrelas do Mal


Aqueles que acolhem a alma de um Espectro adquirem uma armadura protetora chamada Surplices, negra e brilhante como o ébano. Com as Surplices, os Espectros conseguem ir e vir entre o mundo dos vivos e o Mundo dos Mortos, sem que precisem despertar uma energia cósmica maior neles. Além disso, como a Surplices é destinada ao escolhido segundo a Estrela Maléfica que rege sua vida, o Espectro não precisa enfrentar um treinamento como os Cavaleiros de Bronze ou ter alguma qualificação natural como os marinas. A Surplices reage sobre o corpo daquele ser escolhido pela Estrela Maligna, transformando sua natureza para que aceite o uso da veste. Em outras palavras, o Espectro nada mais é do que um meio para a Surplices exercer sua função, um tipo de marionete. Pode-se até dizer que a Surplices é que controla o Espectro. Essa propriedade de modificar o corpo de quem a veste parece transformar as pessoas em algo não humano, como o exemplo de Myu de Borboleta.
Os planos diabólicos de Hades não pararam quando ele produziu 108 guerreiros com poderes similares aos dos Cavaleiros de Atena. Criando um campo de força em torno do Castelo de Hades localizado na Terra, o Senhor das Trevas restringiu o poder dos Cavaleiros, ganhando território para que a vitória fosse quase completa. Dentro desse campo de força, nem mesmo os Cavaleiros de Ouro são páreo para os Espectros. Isso explica por que três dos Cavaleiros de Ouro foram enviados para o Inferno ainda em vida por Radamanthys, sem ao menos reagirem.
Os dois deuses superiores aos espectros, Thanatos e Hypnos, sempre desprezaram a existência dos Espectros porque sabiam que o poder deles vinha, na realidade, das Surplices. Para os dois, não importava se todos os espectros morressem, pois logo poderiam ser substituídos por outros escolhidos pelas Estrelas Maléficas, sem que houvesse desfalque no exército. Além disso, eles tinham absoluta confiança que o poder dos dois bastaria para resolver todos os problemas, caso fosse necessário.
Por que os espectros são 108? Segundo os ensinamentos budistas, o número 108 representa os 108 sentimentos que atormentam e desorientam a vida dos seres humanos. Os sentidos por meio dos quais compreendemos e percebemos determinadas situações são a base deste cálculo. A natureza desses sentidos origina-se da visão, da audição, do olfato, da gustação, do corpo físico e da mente. Cada qual pode ser qualificada em três sentimentos ou sensações que são: 'agradável', 'desagradável' e 'indiferente'. Para se entender a origem do 108, multiplicamos as seis percepções por esses três sentimentos. Assim, temos que 6 x 3 = 18. Esses 18 sentimentos podem, por sua vez, ser movidos por sentimentos 'puros' e 'impuros' e, assim, multiplica-se novamente por 2, totalizando 36. A existência, no entanto, abrange experiências do Passado, do Presente e do Futuro e, por isso, deve-se multiplicar novamente esses 36 sentimentos pelas 3 dimensões temporais, o que totaliza 108. No Japão, na passagem de ano, há o ritual de se tocar os sinos 108 vezes, que simboliza a purificação desses 108 sentimentos que causam a infelicidade dos homens. Por isso também o rosário do Shaka tem esses 108 sentimentos representados em 108 contas.

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